100 dias de gratidão

quinta-feira, 3 de maio de 2018

— Estou escrevendo uma poesia pra você.
— É de amor?
— Deve ser... se é sobre você, é.
[“Paterson”, Jim Jarmusch, 2017]

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Meu bem,

Tão bom quando a gente topa com outra gente e se identifica de cara, quando encontramos quereres em comum, quando enxergamos a vida igual, quando a gente sente que será leve e acredita estar na direção certa.

E ai que você chegou e me apresentou tudo isso, mostrou ser a pessoa certa, no momento certo, mas no lugar errado. A gente não pode ter tudo o que quer, né? Eu só quero você, aqui, aí ou em Veneza.

Quero poder acordar com a sua voz, que tanto gosto, no meu ouvido. Quero beijo no pescoço e abraço apertado. Quero dirigir enquanto você me conta do seu dia. Quero sentar no balcão te fazendo companhia pra você lavar a louça. Quero ficar deitada no sofá com você horas e horas fazendo planos deliciosos que talvez se realizem.

Busco calma, paz e cumplicidade. Aquela sensação impagável de que me viro muito bem sozinha, mas que bom que tenho você pra não precisar mais. Você sempre terá sua vida e eu a minha, juntos podemos ter a nossa. E vai ser tão bom.

Hoje você está aí e eu aqui, léguas e léguas de distancia, mas a gente sabe que o mundo gira e as coisas se transformam, quem sabe daqui seis anos não estarei sentada na varanda da nossa casinha colorida acariciando o bebê enquanto você passeia com o Ringo e com o Roger.

Ou pode ser que daqui seis anos eu olhe para trás e tenha a certeza que você passou pela minha vida, me fez muito bem, me mostrou que eu não preciso aceitar migalhas de amor, me ensinou sobre o querer bem, mas seguiu. Porque a vida é assim.

Sei que nesse meio tempo a melhor coisa que faço no meu dia também é falar com você.

Um beijo, outro beijo e mais um beijo,
Marina 

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

novo ano

É isso, 2015 foi, 2016 veio.
A vida é assim, um vai e vem.
Encontros e despedidas.
O que realmente importa é o que vc deixou e recebeu desses encontros. 
Assim somos constituídos.
Feliz novo ano, feliz nova possibilidade.
Leveza e cor pra todos vocês!

domingo, 27 de dezembro de 2015

Acaso não existe. Existe sintonia, existe energia e existe destino.

Pensei em você dezembro inteiro. Todos os dias pensei em escrever e convidar para um encontro. Mas eu não tinha o pretexto. Comprei um livro pra você, mas nem isso serviu como justificativa suficiente. Não consegui escrever. Eu queria te ver e pronto, sem desculpas e sem pretextos.

Ontem, 26/12, pensei mais que nos outros dias. Recordei-me da casa da Joana, da biblioteca, do quase beijo, do susto. Eu penso, você sonha.

Estou indo ver o “Mar” amanhã. Provavelmente não te verei em 2015. Nós não nos vimos em 2015. Quero te ver. Quero ver o mar. Quero amar.

Cuida pra eu não querer que aquilo que não quero periga me convencer que é belo.

Sinto saudades da presença. Gratidão tenho aos montes por você ter sido um meio para um fim. Por estar comigo enquanto virei mulher.

Você não deixou de ser importante. Se eu me curei? Não sei. Não deixa eu te deixar ir que eu posso não saber que eu te preciso em nós se não eu deixo de ser. Não quero desatar o nó. Não quero deixar de ser “nós”. Por que somos.

Sou mar. Sou mulher. Sou amor.

Amor? Te amo.

Desencontros. Dia 26. Você escreve sobre se afastar. Eu penso em aproximar. Respeito você. Dia 27, não sinto dor, sinto êxtase, frio na barriga. Sinto falta. Não vou conseguir dormir.

Eu não suportei te amar em 2015. Mas hoje, último domingo do ano, eu te amo. E é certo que amarei em 2016, também.

“Ina” meu apelido de infância, de família, acho que nunca te contei isso. O mais genuíno e profundo afeto dos que me querem bem. Eu te quero. Bem. Inevitável.

Vou receber 2016 no mar. Vou pensar em você vendo toda aquela imensidão, sem choro. Com paz no coração. Quando voltar, quem sabe, nos encontremos no nosso desencontro.

Hoje, ultimo domingo do ano; Agora, última hora do dia, não consigo dizer Adeus. Não quero dizer. Quero dizer que te amo hoje, quero dizer que estamos em sintonia, quero dizer que eu penso e você sonha.

Ina. Mar. A mar. À deus.
Te espero em 2016.

Marina

sábado, 12 de dezembro de 2015

Agora para o mundo Doutora, para mim sempre Gata Garota,

Muito orgulho de você, foram anos difíceis, de distancia, de abdicação e até de solidão. Mas hoje, nesse grande festejo, assim que as cortinas se abrirem um só sentimento: valeu a pena. Valeu a pena porque tudo que é feito com o coração vale. E você é dessas que tudo que se dispõe a fazer faz com o coração. Que orgulho. Orgulho de ter alguém como você por perto há tantos anos, orgulho de poder ver essa conquista sua, orgulho da profissional que você hoje é, mas mais orgulho ainda do ser humano que você se tornou.

Queria te dar um presente simbólico, ai pensei em um álbum de fotografias, todinho em branco, cheio de espaço para novas emoções, novas descobertas, novos amores. A vida é isso, celebrar o antigo e estar aberta para o novo. Hoje estamos aqui celebrando um ciclo que você acaba de concluir, outros ainda virão, feliz futuro é o que desejo hoje para você. Um feliz futuro com pé na estrada, para expandir ainda mais o coração, com equilíbrio para acalmar a alma, com muito trabalho, que é o que dignifica o homem, com paz e pernas para cima numa rede, às vezes; enfim, apenas o melhor e mais bonito que existe nesse mundão velho de meu deus, e vamo embora que ele, o mundão, é muito grande e você mais grande ainda. Bora caminhar, bora fazer o mundo girar!


De sua amiga, Marina.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Maria, Maria
É um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do planeta

Maria, Maria
É o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri
Quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta

Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria

Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida

Não tem um dia que não pense em você. Não te um dia que meu coração não aperte e que eu não me sinta insignificante perto do que aconteceu. O que me dói, todos os dias, é tudo que poderia ter sido e não será. São as possibilidades, o futuro.

Acredito e confio que as pessoas passam pela nossa vida com uma missão, deixam uma marca e continuam seu caminho. Você deixou sua marca aqui, mas isso não impede que eu perca as estribeiras, encha os olhos de agua e sinta o coração palpitar quando encontro algo que me lembre você. Tenho fé na vida e nos seus caminhos, mas isso não impede que meu lado egoísta de um salto e grite que você deveria estar aqui comigo.


Dói. Todos os dias. 

sábado, 17 de outubro de 2015

Hoje faz vinte e três dias que fiz vinte e três anos. Quase um mês e ainda não ta muito claro essa passagem. Eu sou uma pessoa otimista, mas não tem sido fácil. Peço ao universo coragem e amor. A cada novo dia, a cada adeus que fui obrigada a dar esse ano e a cada tombo o que me faz levantar é essa força propulsora que move o mundo. Acho que o que fica desse ano que passou é que apesar de toda a crueldade que existe por aí, fazer o bem sempre vale a pena. E hoje, vinte e três dias depois, é isso que peço de aniversário, que eu continue acreditando no amor, na beleza e na bondade, mesmo que hoje eu não tenha um sorriso no rosto eu tenho paz no coração de que estou no caminho certo. E o caminho se faz caminhando, bora lá viver o novo pq ninguém falou que iria ser fácil!

Ele que fala que o dia do meu aniversário é o “nosso dia”, porque de certa forma ele também nasceu nesse dia. Ele que me ensinou, enquanto cozinhava, que amor é aconchego, é colo, é mimo, é multiplicar para poder dividir. Ele que não tem preconceitos, que acredita no amor como força motora, que tem liberdade como principio de vida e alegria como obrigação. Ele que diz que eu sou a pessoa que ele mais ama no mundo. E eu que acredito que sou a pessoa mais amada do mundo. 

segunda-feira, 15 de junho de 2015

novo

Meus queridos,

Desculpe os últimos meses de ausência física, de afetos e de palavras. Às vezes é preciso se afastar, tomar espaço e respirar.

Tenho feito um caminho. Comprei uma passagem e fiz uma viagem de autoconhecimento. Conheci a terra que dizem ser das pessoas frias e que por ironia do destino encontrei calor e carinho. Lá percebi duas coisas, primeiro que não dá pra ficar sem isso, calor é fundamental e carinho constitucional; segundo, que mesmo tendo encontrado pessoas tão especiais pude reafirmar que sou minha melhor companhia, no fundo só tenho a mim mesma. E que bom que me tenho.

O bom de viajar é poder se deparar com o óbvio que de tão óbvio não enxergamos: o mundo é muito grande e nele cabe muita coisa. Isso me assustou, senti na pele o quão pequena sou perto de tudo que está por ai.

As circunstâncias me levaram até uma outra parte do mundo que estava escondida. A parte do avesso. Estou re-conhecendo e aprendendo a lidar com esse avesso há seis meses, metade de uma ano, muito tempo. Solidão tem sido o sentimento presente nesses meses.

Foi necessário e vital me afastar de vocês. Não me entendam mal, sou muito grata a cada um, mas não tem como mergulhar no meu mar estando de boia. Vocês são minhas boias, mas eu precisava afundar.

Precisei de tempo e espaço para poder pensar e sentir, nada mais que isso. Pensei muito em quem eu sou, quem eu quero ser, o que eu represento para quem me é importante. Não sou insubstituível, que bom. Que alivio.

Depois de um longo mergulho vem uma respiração profunda. Tempo de sentir. Tenho estado muito mais sensível. Esse lindo, grande e cruel mundo tem me doído tanto. A dor do outro tem me comovido.

Tenho vivido um momento muito importante da minha existência. Momento de transformação, veja o peso dessa palavra, ela é maior e mais densa que simples mudança. É tempo de escolhas, de renuncias, de me fazer, me tornar e ser gente. Transformar. Transmutar. Transcender. Ir além, de mim e do que esperam de mim.

Junto a isso tudo, no meio de toda essa história, há um personagem muito importante, um anjo que veio mostrar que tudo de mais valioso que existe neste mundo é o amor.

Só.

Simples assim.

Veja bem, fui testemunha de que o amor pode transformar uma vida. E isso é uma coisa muito grande. Cada um só pode dar aquilo que tem. No entanto, o pouco que se tem, se dado com amor, pode ser tudo para um outro alguém.

Amor vale a pena. Transcende existências. O amor salva vidas.

É uma história que ainda não teve o seu fim escrito, tudo pode acontecer. É angustiante pensar isso, ainda mais para uma pessoa como eu que sempre gosta de ter o controle sobre tudo. Não tenho controle de nada. Como lidar com isso? Aprendendo a arte do desapego. 

Desapego não significa desamor, ao contrario, desapego é uma forma de amor. É liberdade e é escolha. É reconhecer que somos muito pequenos diante de tudo que existe no universo. Quando chega esse momento na vida, torna-se fundamental lidar com o nosso egoísmo primário, nosso ego sedento de atenção e preenchimento. É preciso deixar ir. Deixar chegar. Estar aberto. Disposto.

Esse texto demorou meses para ser gerado. Foi um parto. Começou bem pessimista, triste até, e terminou falando de amor e liberdade, para mim, as principais coisas da vida. Fica um sentimento de transcendência. Fui além de mim mesma. Sou outra pessoa diferente daquela que no primeiro dia do ano comprou a passagem e foi atrás de sonhos. Que bom que mudei, só evolui quem consegue desprender de crenças, gostos, pessoas. É um caminho, um longo caminho.

Hoje, dia quinze de junho de dois mil e quinze, encerro um ciclo na minha existência. Hoje me proponho a começar um novo caminho com mais coragem e ainda mais amor. Ninguém pode escolher de onde veio, mas podemos escolher para onde vamos. E eu, como peregrina que sou, quero percorrer todo esse caminho, podendo me dar a liberdade de mudar de estrada, de dizer adeus, de abrir mão, de me arriscar em atalhos, sempre com esperança no peito, porque aprendi de forma mais cruel que a vida ta ai para ser vivida. Vale a pena viver!




"O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa,  sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria, e inda mais alegre ainda no meio da tristeza! A vida inventa! O mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. Viver é muito perigoso; e não é não. Nem sei explicar estas coisas. Um sentir é o do sentente, mas outro é do sentidor."

Fragmento do livro "Grande sertão Veredas" de Guimarães Rosa. 

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Nessa última semana tive alguns sinas dolorosos de que tudo na vida tem um começo, um meio e um fim, não adianta querer estender ou ir contra a lógica do universo. É preciso fechar ciclos e abrir espaço para o novo entrar.
Esse ano fecho um dos ciclos mais importantes da minha vida, mais que uma formação em psicologia concluo estes últimos cinco anos como um ser humano melhor. Foi um tempo de muitas vivências, muito aprendizado e muito amor. Esse último ano, em especial, aprendi a ser grata às coisas e às pessoas que passam por mim. Nesses cinco anos passaram muita gente que contribuiu para que eu me tornasse quem eu sou. Por isso uma enorme gratidão:
Aos meu pacientes que confiaram em mim e me deixaram participar de suas vidas, melhoramos juntos. Fui tratada, tão o quanto tratei.
Aos companheiros de caminhada Iara, Vinicius e Iara Maria que se tornaram queridos amigos, obrigada pelos abraços e pela companhia sempre. Ao Luis Vicente pelas camaradagem, toques e incentivo. Aos colegas do grupo de estudo, conversas e cafés, sem vocês teria sido muito mais difícil. Ao Victor, com quem junto pude viver todas as delicias e desafios da psicologia, com quem me perdi e me recuperei, nem em outros três ciclos deste conseguirei agradecer pela presença.
Gratidão aos mestres: Rosely, Ivone e Thiago pelo carinho, pelo querer bem e pelo apoio. Fayad por despertar admiração e vontade de ir além, bem além. Cíntia pelos cuidados iniciais. Cristianne agradeço muito por apresentar a parte mais bonita da psicologia e com o seu enorme amor me levar a amar também. Joana pela confiança e palavras certeiras. E a Nelma, que veio para mostrar que existe muito mais coisas do que a gente imagina, me acompanhou no meu processo de voltar a acreditar no mundo e em mim, e hoje sei que tudo isso é só 10% de tudo que ainda está por vir, irei levar muito mais de 10% de você comigo.
Aos queridos amigos Luis e Alinne pela presença mesmo na ausência. Isabela e Bethânia agradeço pelo carinho e amor de sempre. Azamigas que fiz nesse caminho Josi, Lilian e Dani pela leveza, pelas cervejas e pelas trocas, amo vocês. E obrigada por sempre me lembrarem do que sou capaz e de quanto sou querida.
Ao pessoal do NASF, em especial a Carminha, que contribuíram muito para eu poder viver uma prática tão enriquecedora, obrigada pela confiança. Ao Gabriel, que apesar do pouco tempo se fez tão especial, agradeço pela generosidade.
Gratidão às duas terapeutas que tive nesses anos, Hélia e Camila, com quem dividi minhas dores e minhas alegrias e com quem fui me tornando sujeito de mim mesma.
Teve também gente que passou e não deixou marcas boas, que despertaram um lado ruim em mim. Hoje consigo ter a percepção de que cada um consegue dar aquilo que tem. Mando energia positiva para essas pessoas e agradeço por terem passado e me ensinado algo. Com vocês pude ver minha força.
E, de forma muito especial, agradeço a minha Tia Vania, o Geraldo e o tio João por me socorrem, confiarem e acreditarem em mim, vale muito. Ao meu pai, minha mãe e a dindinha por abrirem mão de seus sonhos em nome dos meus e ao meu avô por mostrar que heróis existem. Vocês são minha base.

Todos vocês significam muito para mim, foram, cada um à sua forma, cumplices na realização de um sonho. Isso não tem preço, o que me faz ainda mais grata. 
Amor por vocês e para vocês. Vida que segue!